2010 Serpa
    Com a presença de
Imagem-Arquivo

Para além do filme com imagens de arquivo, a noção de arquivo na génese do acto de filmar. Reunindo autores que muito trabalharam com imagens pré-existentes, e não deixando de lado essa vertente da sua actividade, convidamos à análise de caminhos que alargam e transformam o binómio em causa (imagem e arquivo). A ideia de recolha, colecção, inventário, enquanto retorno a uma origem e, simultaneamente, impulso criador. O arquivo, ou seja, o espaço (re)fundador.

16 Junho, Quarta-feira
Sessão #1, Noite
Dal Polo All' Equatore
1986, 101 min
Yervant Gianikian & Angela Ricci Lucchi

O filme é dedicado a Luca Comerio, um pioneiro do cinema italiano que morreu aos 66 anos em 1940, completamente esquecido e a sofrer de amnésia. O filme é composto por material encontrado num estado de amnésia química (como refere o genérico). Foi na Primavera de 1982 que Yervant Gianikian e Angela Ricci Lucchi descobriram este tesouro inflamável que salvaram da destruição. Demoraram cinco anos para compor esta longa viagem pelo começo do século XX, o século do comboio, o resultado e instrumento das suas conquistas, do colonialismo e das guerras. O filme abre com as imagens espantosas de um comboio a percorrer as montanhas Tirolesas. Ao passar pelo primeiro túnel dá-se uma passagem iniciática do preto para o vermelho sangue, depois para o preto-e-branco – o comboio vai conquistando a terra. Um travelling que é prolongado pela imagem de um barco que quebra o gelo da Antártica. Na superfície gelada, um caçador dispara à queima-roupa sobre um urso polar. Atingido, transfixo, cai e volta a levantar-se em toda a sua grandeza para cair logo depois. Violência cometida pelos homens sobre os animais, violência do homem contra o homem. Este é o tema desenvolvido pelos realizadores ao som dos ritmos repetitivos e assombrosos da música de Keith Ulrich e Charles Anderson. Mostram-se aspectos da conquista do mundo, das mentes, dos corpos e das massas; das representações colectivas e dos sistemas de opressão. Sentimos vontade de ver uma e outra vez este filme inesgotável que percorre continentes, com passagem pelas memórias das nossas histórias humanas, comoventes e surpreendentes.

17 Junho, Quinta-feira
Sessão #2, Manhã
Deutschlandbiler
1983, 60 min
Hartmut Bitomsky

O filme é composto por fragmentos de mais de trinta documentários realizados e exibidos na Alemanha no período que vai de 1933 a 1945. No texto do filme, o realizador diz-nos que “Nunca existiu na Alemanha um momento de iconoclasmo que destruísse esses filmes num acto instintivo de indignação. Os filmes foram confiscados, o que é diferente. Foram guardados, ainda existia um plano para eles. Tal como se fossem reféns resgatáveis, é-lhes permitido sair. Para que isso aconteça tem de ser ter a certeza de que o contexto e o modo cuidadoso como são utilizados os torna inofensivos. Esta é uma das condições para a sua utilização como documento, e enquanto tal, é-lhes confiada uma função dupla. É suposto mostrarem o fascismo tal como era realmente, dizerem-nos o que o fascismo nos dizia na altura. A mesma e velha mensagem. Mas agora uma mensagem de terror. É suposto testemunharem ao mesmo tempo contra si próprios, tal como aconteceria com os agentes desertores que fossem denunciados. Eles falam e é um facto que ainda hoje os percebemos. Não somos confrontados com o balbucio ou a hesitação no falar de uma língua estrangeira que não entendemos. Reside aí outro factor da sua disponibilidade: estes filmes não só sobrevivem a este processo que os converte em testemunhas principais – eles chegam-se à frente para o fazer. Como se este fosse exactamente o seu propósito: desempenhar o papel de evidência documental.”

Sessão #3, Manhã
La Guerre D'un Seul Homme
1982, 105 min
Edgardo Cozarinsky

Feito a partir de imagens de filmes de actualidades e da leitura dos diários parisienses do escritor alemão Ernst Jünger, La Guerre D’un Seul Homme é um filme que se encontra no cruzamento entre a ficção e o documentário e uma das reflexões cinematográficas mais singulares sobre o período da Ocupação nazi em França. Cozarinsky escreveu sobre o filme: “Fazer um filme a partir de citações… citações cujo encontro as faça dizer mais do que aquilo que dizem, um mais que significa outra coisa. Recuso usar a voz da história (‘isto era a verdade’). Prefiro pôr em movimento a ambiguidade das mentiras a fim de restituir o vivido ao momento histórico, sem renunciar à perspectiva que o passar do tempo nos dá sobre esse mesmo momento. Um prazer pessoal: o de parar a imagem em alguns momentos anónimos para tornar visível o gesto de um testemunho sem voz, de uma vítima sem glória.” Na sua crítica ao filme, Pascal Bonitzer considera que “Cozarinsky inverteu – genialmente, não hesito em dizê-lo – o princípio do documentário: aqui são as imagens que constituem o comentário da voz. […] Daí resulta, paradoxalmente, que este filme expressamente baseado em mentiras (pelo menos em dois tipos de mentira: as triviais, da propaganda, e as mais subtis, da literatura) surja como a descrição mais verdadeira, mais rica e a mais cativante da época da Ocupação.”

Sessão #4, Tarde
Io Ricordo
1997, 11 min
Yervant Gianikian & Angela Ricci Lucchi

Em primeiro plano, de perfil, vemos Raphaël, o pai de Yervant Gianikian, a ler um excerto das suas memórias, que vai traduzindo do arménio. Plano fixo de cerca de oito minutos, no qual o filho ocupa um lugar ao fundo da imagem. Impassível e concentrado, ele é o segundo ponto que sustenta este triângulo, sendo o terceiro a câmara, para onde Raphaël olha a um dado momento. É Angela Ricci-Lucci que filma e é, sem dúvida, uma cena de família, em que se relata uma memória que nos conta da passagem da sua cultura original, arménia, à sua cultura adoptada, italiana. Mas mais do que isso, Io Ricordo é sobre a transmissão de uma narrativa de uma geração a outra. Esta narrativa, na forma minuciosa como descreve uma vingança sangrenta, põe em campo duas culturas, arménia e muçulmana, nas quais serviu o pai do realizador, escravo cristão numa comunidade curda. Os três últimos minutos mergulham-nos na atmosfera de recolhimento do mosteiro de Geghard na Arménia soviética, num efeito de ruptura que ganha a dimensão de uma reflexão metafísica: três velas e o canto grave de um amigo é a resposta dialéctica e cristã ao absurdo da violência humana.

Uomini, Anni, Vita
1990, 70 min
Yervant Gianikian & Angela Ricci Lucchi

Este filme que tem por base o diário do pai de Gianikian, constitui um marco na obra do casal. Mostra através de imagens de arquivos russos a história emblemática do povo arménio. Mas o que é que se vê? 1915: o Cáucaso em chamas, exércitos que desfilam, cenas de luto… Depois volta atrás: São Petersburgo em 1906. O fim de um reino faustoso pressentido através de uma marcha ao mesmo tempo solene e fúnebre. Depois o triunfo do comunismo. Paz aparente na Arménia. 1935, o realismo soviético impõe a sua visão do mundo. Por fim, regresso a 1918: o êxodo dos Arménios do Azerbeijão. Sobre o filme, escreveram os realizadores: “É impossível não recordar as longas esperas e as viagens, por vezes inúteis, para encontrar os materiais para o filme. O desejo de procurar documentos filmados sobre a história dos arménios, dos seus contornos. Eventos transmitidos pelas histórias de família e pelos diários no exílio. Reunir material disperso, espalhado como o próprio povo arménio, em perpétuo movimento. Durante a pesquisa surgiram excertos de filmes perdidos que alargaram o âmbito da ideia inicial. Vêm à luz imagens de acontecimentos históricos em todo o continente russo, escondidos até agora. O arco temporal da preparação e da realização do filme começa em 1987 com uma viagem na Arménia soviética e prossegue depois com um pogrom e um terramoto, em paralelo com o terramoto político na ex-União Soviética. Simbolicamente, no prólogo do filme, num quadro vivo, surge a Santa Mãe Rússia, figurada. Abraça e domina os povos do Cáucaso. Cristãos e muçulmanos estão ajoelhados aos seus pés, mantidos à distância pela sua espada.”

Sessão #5, Tarde
48
2009, 93 min
Susana de Sousa Dias

O que pode uma fotografia de um rosto revelar sobre um sistema político? O que pode uma fotografia de um rosto tirada há mais de 35 anos dizer sobre a nossa actualidade? Partindo de um núcleo de fotografias de cadastro de ex-prisioneiros políticos da ditadura portuguesa (1926-1974), 48 procura mostrar os mecanismos através dos quais um sistema autoritário se tentou autoperpetuar. “48 procura, assim, operar na zona entre o que a fotografia mostra e o que ela não revela; mas também entre a analogia e o estranhamento, o enunciado e o vivido, a imagem e a memória. Pois estas fotografias também são tempo: o tempo contido dentro da fracção de segundo em que o preso enfrenta o opositor; o tempo que nos permite entrar dentro do universo enclausurante das prisões políticas e estar dentro do instante onde se cruza o outrora com o agora; um tempo múltiplo que extravasa as noções de passado, presente e futuro.” – Susana de Sousa Dias

Debate I com Hartmut Bitomsky, Edgardo Cozarinsky e Susana de Sousa Dias
18 Junho, Sexta-feira
Sessão #6, Manhã
Nocturne
1997, 18 min
Yervant Gianikian & Angela Ricci Lucchi

“Tout pour moi devient allégorie.” – é com esta citação de Baudelaire que os realizadores começam Nocturne, filmado na antiga Jugoslávia. O filme é composto por três sequências filmadas à noite, fragmentos do quotidiano em que a guerra é invisível. O primeiro mostra uma reunião de ciganos, a segunda um grupo de jovens numa varanda a desempacotar uma aparelhagem e a terceira encerra o filme com imagens de arquivo que mostram uma mulher em imagens lentas e tintadas de azul. Estas cenas apenas se relacionam com a guerra através da sua interpretação alegórica. Os realizadores parecem querer dar a quem vê um grande espaço de interpretação. Os planos dos ciganos a celebrar podem ser lidos quer como imagens de uma minoria perseguida, quer como uma metáfora de uma coexistência pacífica em sociedade. “Je ne vois qu’infini par toutes les fenêtres”, diz uma legenda. Em Nocturne, a vista através de uma janela abre, literalmente, mundos e interpretações infinitas.

Frammenti Elettrici N. 6 - Diario 1989. Dancing in the Dark
2009, 60 min
Yervant Gianikian & Angela Ricci Lucchi
Sessão #7, Manhã
Ghiro Ghiro Tondo
2007, 62 min
Yervant Gianikian & Angela Ricci Lucchi

Uma colecção de brinquedos de criança feitos de diferentes materiais: madeira, metal, papel, tecido, giz, plástico e cera. O filme engloba o período que vai desde o fim da Primeira Guerra Mundial até aos anos 50. Todos os objectos foram encontrados nas Dolomitas, a cadeia montanhosa dos Alpes orientais no norte de Itália, numa aldeia que até à Primeira Guerra Mundial pertencia à Áustria. Os objectos têm origem na Europa Oriental, Norte de Itália, Rússia e Japão. As características comuns destes objectos de diferentes regiões são evidentes. A colecção é formada por categorias: humana, animal e vegetal, de diferentes tamanhos. A qualidade intrínseca destes objectos reflecte o período histórico que medeia entre o Fascismo, o Nazismo e o pós-guerra. As imagens são vistas através de uma lupa. Através destes objectos enrugados e diminuídos emergem elementos não só de um mundo rural e camponês, de um mundo de trabalho agrícola relacionado com os animais e os bosques, mas também de um mundo de tarefas domésticas relacionadas com a casa e os seus espaços, um mundo de artesanato tradicional e do seu comércio. Distinguimos igualmente elementos de folclore e dos costumes populares e religiosos. Um catálogo de 10.000 brinquedos que sobreviveram a infância destruída pelas duas grandes guerras, a miniaturização de materiais humildes com a sombra ameaçadora do fascismo e do nazismo sempre à espreita. Mas que relação tem o filme com a obra dos realizadores que passaram vinte anos a reescrever a história do século XX através da montagem de arquivos documentais ou privados, denunciando as ideologias fascistas e belicistas sempre à beira da eclosão? Mais uma vez, a tentativa de esquemas redutores, quer sejam sociais, políticos, religiosos através dos brinquedos ‘inocentes’. Foi Roland Barthes que nos lembrou que outras mãos usaram estes jogos, mãos hoje desaparecidas, feridas ou instrumentalizadas pela loucura dos homens.

Sessão #8, Tarde
Staub
2007, 90 min
Hartmut Bitomsky

“Uma partícula de pó é apenas perceptível a olho nu. É o tema mais pequeno acerca do qual se pode fazer um filme – é um meio de desaparecimento e um critério de percepção. Onde quer que vamos, leva-nos a melhor; para onde quer que seja que nos viremos, segue-nos. É o nosso passado, o nosso presente e o nosso futuro. É universal e tem um nome em todas as línguas. Mantém ocupadas as donas-de-casa, bem como os cientistas, inventores, artistas e ramos industriais que a ela se dedicam. Acusam-na de alimentar vermes e causar doenças. Torna-se dona daquilo que é nosso, penetra nos laboratórios, cria planetas e galáxias. Estamos rodeados por ela, está dentro de nós e livramo-nos dela. Aninha-se no desespero da sua própria existência!, escreveu Bitomsky acerca do seu último filme. Ao examinar muitos tipos de pó, incluindo partículas microscópicas invisíveis a olho nu, Staub (Pó) ausculta uma variedade de cientistas – botânicos, biólogos, meteorologistas e astrónomos – que investigam as consequências sanitárias e ambientais do pó, desde as tempestades de areia do Sahara, à dust bowl dos anos 30 no Oklahoma, ao pó tóxico gerado na demolição das torres do World Trade Centre. Os aspectos fenomenológicos, filosóficos e mesmo artísticos da cultura do pó são explorados em entrevistas com artistas e coleccionadores. Ao examinar em detalhe algo que nos rodeia na nossa vida do dia-a-dia, mas ao qual não prestamos grande atenção, Staub dá-nos uma nova apreciação do modo como este afecta o nosso corpo, o ambiente e mesmo o cosmos, permitindo-nos uma outra forma de ver o mundo.

Debate II com Hartmut Bitomsky, Edgardo Cozarinsky e Susana de Sousa Dias
Sessão #9, Noite
Das Kino und der Tod
1988, 46 min
Hartmut Bitomsky

Como se fosse um detective num qualquer film noir, Bitomsky leva a cabo uma investigação através de fotogramas e imagens de filmes, apelando à memória e à revisão dos filmes vistos e por vezes esquecidos e que aqui surgem destacados do exercício por vezes derrisório do ‘excerto’. Torn Curtain (1966) ou Psycho (1960), de Alfred Hitchcock, Une Chambre en Ville (1982), de Jacques Demy, Kiss me Deadly (1955), de Robert Aldrich… ou filmes de Série B menos conhecidos e em que morre sempre alguém. Na banda sonora ouvimos dizer, “Porque é que o cinema sente necessidade da morte, se não a consegue mostrar? O cinema parece indissociável da morte, do morrer, do deixar de ser. A morte, podemos dizê-lo, é um axioma do cinema. Bazin chamava-lhe a mortalha da realidade.”

19 Junho, Sábado
Sessão #10, Manhã
Boulevards du Crépuscule Sur Falconetti, le Vigan et Quelques Autres... en Argentine
1992, 65 min
Edgardo Cozarinsky

“Nenhuma investigação é inocente, o detective acaba sempre por descobrir algo sobre si próprio. De regresso à Argentina depois de vários anos em França, percorro os locais da minha adolescência cinéfila: cinemas de bairro que foram demolidos ou transformados em salas de jogo e em discotecas. Descubro também que Falconetti (a Joana d’Arc de Dreyer) e Le Vigan (o actor secundário mais genial dos anos 30) terminaram a sua vida na Argentina. No seu rasto, vi-me confrontado com o meu próprio caminho: ao fazer o trajecto inverso não estaria a viver a mesma miragem, partindo de novo do zero?” – Edgardo Cozarinsky

Sessão #11, Manhã
Apuntes Para una Biografia Imaginaria
(WIP), 2010
Edgardo Cozarinsky
Debate com Edgardo Cozarinsky
Sessão #12, Tarde
Flächen Kino Bunker
1991, 52 min
Hartmut Bitomsky

Os lugares são aquilo de que a ficção cinematográfica necessita para poder contar uma história. No seu estúdio, o cineasta instalou um monitor para os excertos, dispôs livros, cassetes de vídeo, um tabuleiro de xadrez, cópias de fotogramas e bilhetes postais que fazem surgir uma história enquanto a sua equipa de ajudantes lê, observa, manipula, propõe e pormenoriza. O comentário percorre os lugares: descreve ou reconstrói um fragmento, uma sequência: a cidade de When the City Sleeps (1956) de John Huston, o prédio e as escadas vazias de M (1931) de Fritz Lang, o campo de milho de North by Northwest (1959) de Alfred Hitchcock, a cabana de The Gold Rush (1925) de Charlie Chaplin, as ruas de Buñuel, as ruínas de Rossellini, a Nova Iorque de Raymond Depardon… lugares de acção, teatros indispensáveis para que a história aconteça, lugares imaginários ou ‘reais’, inscritos ou construídos. “Il n’y a lieu que le lieu.”

Das Kino Und Der Wind Und Die Photographie - Sieben Kapitel Über Dokumentarische Filme
1991, 56 min
Hartmut Bitomsky

“Começamos por aqui” diz o cineasta, colocando a mão sob uma placa: Rue du premier film – Auguste et Louis Lumière, 1894. Eles fizeram o primeiro filme. Era um filme documental. Numa sala, o cineasta, rodeado pela sua equipa de rodagem, percorre excertos, citações e fotogramas, comanda as câmaras que mostram o seu dispositivo, e interroga a realidade dos (e nos) filmes e as teorias que os acompanham. De The River (1938), de Pare Lorentz, a fotos de Atget, aos excertos e imagens de Robert Flaherty, Robert Frank, Peter Nestler, Jean Vigo, Buñuel ou Huston, o filme é uma reflexão sobre o cinema documental em sete capítulos e um epílogo.

Debate com Hartmut Bitomsky
Sessão #13, Tarde
Debate final com Hartmut Bitomsky, Edgardo Cozarinsky e Susana de Sousa Dias
20 Junho, Domingo
Sessão #14, Manhã
O Cinema, Cem Anos de Juventude
Os Filhos de Lumière

Sessão apresentada pela Associação Os Filhos de Lumière, incluindo a exibição de filmes realizados por alunos da Escola Secundária de Serpa resultantes do trabalho sobre a questão ‘porquê mexer a câmara?’; com Teresa Garcia e Pierre-Marie Goulet

Debate I com Hartmut Bitomsky, Edgardo Cozarinsky e Susana de Sousa Dias
moderado por José Manuel Costa, Federico Rossin, Nuno Lisboa, Ricardo Matos Cabo, André Dias e António Rodrigues
Debate II com Hartmut Bitomsky, Edgardo Cozarinsky e Susana de Sousa Dias
moderado por José Manuel Costa, Federico Rossin, Nuno Lisboa, Ricardo Matos Cabo, André Dias e António Rodrigues
Debate com Edgardo Cozarinsky
moderado por José Manuel Costa e António Rodrigues
Debate com Hartmut Bitomsky
Debate final com Hartmut Bitomsky, Edgardo Cozarinsky e Susana de Sousa Dias
moderado por José Manuel Costa, Nuno Lisboa e André Dias
A imagem-arquivo
José Manuel Costa
Passage le long de la ligne d’ombre. Farocki et les autres: approche d’un style Filmkritik
Olaf Möller
… au devenir-incendie de la mémoire
Sylvain George
Que cherche-t-on? (Au regard de l’histoire, le cinéma en question)
Jean-Pierre Rehm
On From the Pole to the Equator: interview with Yervant Gianikian & Angela Ricci Lucchi, by Scott MacDonald
Deutschlandbilder: um processo imaginário de indícios
Klaus Kreimeier
O fascismo nunca existiu: entrevista com Susana de Sousa Dias (e Ansgar Schäfer), por Chris Wahl
Journal d’un manipulateur
Edgardo Cozarinsky
O que faz falta
Regina Guimarães
Edgardo Cozarinsky: o Flâneur
Dominique Païni
Détournement de délits de faciès
Arnaud Hée, Camille Pollas
Ambiguous evidence: Cozarinsky’s “Cinema Indirect”
Jonathan Rosenbaum
Susana de Sousa Dias: 48
Tue Steen Müller
La Guerre d’un Seul Homme
Edgardo Cozarinsky
Os Filhos de Lumière – Cinema, cem anos de Juventude 2009/2010
Teresa Garcia, Pierre-Marie Goulet
Entretien de Pascal Bonitzer avec Edgardo Cozarinsky
Aprender a olhar e olhar uma segunda vez: o documentário como exercício
Inês Sapeta Dias
Discourse and History. One man’s war: An Interview with Edgardo Cozarinsky by Thomas Elsaesser
Boulevards du Crépuscule – Journal de mixage
Edgardo Cozarinsky
Filmar, arquivar
Nuno Lisboa
En busca del país perdido
Pablo Klappenbach
Restoring the quality of Realness to the Cinema: an interview with Harmut Bitomsky, by Theo Bromin
Theo Bromin
Work in progress
Sergio Wolf
The documentary world
Hartmut Bitomsky
Elogio da política: conversa de Sérgio Toffetti com Yervant Gianikian e Angela Ricci Lucchi
O vestido preto das coisas
Hartmut Bitomsky
Des instants choisis de l’espèce humaine
Raymond Bellour
A morte e o cinema
Hartmut Bitomsky
Do documentário feito à mão. Notas conjugais sobre o cinema de Yervant Gianikian e Angela Ricci Lucchi
Danièle Hibon, Dominique Païni
Cinéma, vidéo et histoire
Hartmut Bitomsky
Notre caméra analytique
Yervant Gianikian e Angela Ricci Lucchi
Participantes
Adriana Bolito, Alexandre Carrança, Amarante Abramovici, Ana Filipa Silvestre, Ana Margarida Gil, Ana Serra, André Rosado, Andrea Zapata Girau, António Manuel Fraga da Silveira Viana, Aya Koretzky, Bárbara Valentina, Blandina Machado, Bruno Manuel Batalheiro Ganhão, Carlos Coelho, Carolina Balby, Catarina Alves Costa, Catarina Simão, Catherine Boutaud, Chris Wahl, Daniel Ribeiro Duarte, Daniela Ribeiro, Dib Ammour Meriem, Estela Ilárraz, Eva Ângelo, Federico Delpero Bejar, Florie Cauderlier, Frederico Rocha, Gonçalo Leite Velho, Hiroatsu Suzuki, Inês Gonçalves, Inês Sapeta Dias, Isabel Dias Martins, Joana Gusmão, Joana Maia, João Almeida, João Laia, João Luz, João Mourão, João Pedro Fernandes, Jorge Ramos, José Mendes, José Tavares, Luís Ferreira, Luís Filipe Montanha, Marco Min, Maria Antónia Correia Ribeiro Fiadeiro, Maria Cristina Farias Ferreira, Maria Inês Martins, Maria Inês Pereira Torcato David, Maria Joana Fernandes, Maria Remédio, Mariana Cardoso, Marisa Fernandes, Martinho Costa, Miguel Clara Vasconcelos, Miguel Coelho, Mikel Zatarain, Mónica Ferreira, Noemi Garcia Diaz, Nuno Figueiredo, Nuno Godinho, Olivier Cloffenburg, Paulo Matos, Pedro Albuquerque, Pedro Fernandes Rufino, Pedro Jorge Ramalho Marques, Pedro Miguel Cruz Tavares, Raquel da Silva Pacheco Valadão, Rens van Meegen, Ricardo Ferraz, Ricardo Jorge Fernandes Granjeia, Rita Daniela Sousa, Rita de Freitas, Rodrigo Candeias, Rodrigo Lacerda, Ross McElwain, Rossana Torres, Rui Filipe Torres, Rui Mendes, Rui Miguel Xavier, Sabrina Marques, Sara Alexandra Pinheiro Bastos, Savina Lafita, Silvia Lavezzoli, Soraia Daniela Arruda, Susana dos Santos Carnapete, Susana Duarte, Susana Nobre, Telma Saião, Telmo Domingues, Tiago Afonso, Tiago Filipe de Oliveira, Tiago Hespanha, Vasco Alves, Victor Jorge, Vítor Diogo Rosário
Direção
José Manuel Costa
Programação
José Manuel Costa, Nuno Lisboa e Ricardo Matos Cabo
Produção
Ana Jordão, Cinta Pelejà e Maria João Soares
Assistência de Produção
Luís Martins
Comunicação e Assessoria de Imprensa
Susana Seabra
Design Gráfico
João Pedro Lomelino
Gráfica
Selenova - Artes Gráficas
Assessoria Técnica (vídeo)
António Medeiros
Legendagem Eletrónica
Paulo Montes
Projeção Película
Nuno Canhita e Paulo Nogueira (35mm), António Soares/Vídeovisão e Sílvia das Fadas (16mm)
Projeção Vídeo
Openspace Studio
Fotógrafa
Teresa Sousa
Colaboradores
Ana Faria, Henrique Mourão, Nelson Lopes, Nuno Ventura Barbosa e Sandra Azevedo
Textos de Apoio
Joana Frazão (Edição e Grafismo), Ana Eliseu (Edição, Grafismo e Ilustração),
André Dias, Daniel Ribeiro, Edgardo Cozarinsky, Frederik Lang, Hartmut Bitomsky, Inês Sapeta Dias, João Amaral Frazão, Manuela Sousa Tavares, Susana Sousa Dias e Sylvain George (Colaboração), Chris Wahl, José Manuel Costa, Nuno Lisboa, Regina Guimarães (Textos Originais), Carmo Lobo e José Maria Vieira Mendes (Traduções do alemão)
Moderadores de Debates
André Dias, António Rodrigues, José Manuel Costa, Federico Rossin, Nuno Lisboa e Ricardo Matos Cabo
Organização
Apordoc
Parceiros
Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, Fundação Europeia Joris Ivens, O Lírio Roxo - Associação Cultural e Associação Os Filhos de Lumière
Financiamento
Câmara Municipal de Serpa, Ministério da Cultura e ICA
Apoios
Governo Civil de Beja, Goethe Institut, Marcolino Sêbo, Sociedade Agrícola de Pias, Queijaria Guilherme, Restaurante Molhó Bico, Let’s Copy, Delta Cafés, Naucom, Monte da Morena Agro-Turismo, Supermercado Figueira, Junta de Freguesia de Santa Maria (Serpa), Junta de Freguesia de Salvador (Serpa) e Don't Panic
Edgardo Cozarinsky
Filmes apresentados
La Guerre D'un Seul Homme, 1982, 105 min
Boulevards du Crépuscule Sur Falconetti, le Vigan et Quelques Autres... en Argentine , 1992, 65 min
Apuntes Para una Biografia Imaginaria , (WIP), 2010
Hartmut Bitomsky
Filmes apresentados
Deutschlandbiler, 1983, 60 min
Staub, 2007, 90 min
Das Kino und der Tod, 1988, 46 min
Flächen Kino Bunker, 1991, 52 min
Das Kino Und Der Wind Und Die Photographie - Sieben Kapitel Über Dokumentarische Filme, 1991, 56 min
Susana de Sousa Dias

Lisboa, 1962. Pós-graduação em Estética e Filosofia da Arte, Universidade de Lisboa. Licenciatura em Artes Plásticas/Pintura, Universidade de Lisboa Curso de Cinema, Escola Superior de Teatro e Cinema. Docente na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.

Filmes apresentados
48, 2009, 93 min