>> Workshop com Mohanad Yaqubi: Curating Palestinian Cinema
16-17 Out, 10h – 14h (entrada livre mediante inscrição prévia)
Casa do Comum
>> Conversa com Mohanad Yaqubi e Susana de Sousa Dias:
Listening to the Archive – Voices of Resistance
Moderadoras: Avital Barak, Stefanie Baumann
16 Out., 18h – 20h (entrada livre)
Casa do Comum
Temos o prazer de anunciar a primeira intervenção pública em diálogo com o Doc’s Kingdom Archive: Listening to the Archive — Voices of Resistance, organizada em colaboração com o grupo de trabalho “Thinking Documentary Film”. Composto por um workshop de dois dias com o cineasta Mohanad Yaqubi, e uma conversa pública com Mohanad Yaqubi e a cineasta portuguesa Susana de Sousa Dias, este encontro procura assinalar algumas das trajetórias que ligam as lutas políticas do passado à realidade sangrenta do presente – desde o 50º aniversário da Revolução dos Cravos até à luta em curso pela libertação da Palestina. Através de sons e imagens de arquivos militantes e políticos, convidamos o público para uma intervenção multi-sensorial.
Sobre o programa:
>> Workshop com Mohanad Yaqubi: Curating Palestinian Cinema
O rastreio do desaparecimento das narrativas palestinianas ao longo da produção cinematográfica do século XX revela uma cegueira sistemática em relação à existência das comunidades palestinianas e da sua cultura, abrindo caminho à colonização das suas terras, legitimando a destruição dos seus meios de subsistência e, quando começaram a revoltar-se e a lutar, enfrentaram um silenciamento concebido para impedir que as suas vozes chegassem ao público em geral. Este workshop investiga a história da produção de imagens em torno da Palestina, para compreender e posicionar o cinema palestiniano no contexto da luta contra o desaparecimento, ao mesmo tempo que defende os cineastas palestinianos que têm vindo a experimentar a resistência através de formas, estruturas e estéticas, quebrando a barreira, tijolo a tijolo, através dos seus filmes nos últimos 76 anos, como uma forma de luta, uma forma cinematográfica.
Inscrição: Se deseja participar nos dois dias do workshop, escreva para phildoc@fcsh.unl.pt (a inscrição é obrigatória, pois os lugares são limitados).
>> Conversa com Mohanad Yaqubi e Susana de Sousa Dias:
Listening to the Archive – Voices of Resistance
Moderado por Avital Barak e Stefanie Baumann, este encontro convida os cineastas Mohanad Yaqubi e Susana de Sousa Dias a refletir sobre os seus debates anteriores no Doc’s Kingdom – Seminário Internacional de Cinema Documental, relacionando-os com os seus projetos atuais. Na conversa, partilharemos uma pequena compilação composta por excertos dos debates relevantes dos seminários de 2010 e 2019, e imagens e sons de projetos atuais.
[ Este evento é organizado pelo Doc’s Kingdom e pelo grupo de trabalho “Thinking Documentary Film”, e apoiado pela FCT – Fundação para a Ciência e para a Tecnologia, Ministério da Educação e Ciência, no âmbito do projeto UIDB/00183/2020.]
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Mohanad Yaqubi é cineasta, produtor e um dos fundadores da produtora Idioms Film, sediada em Ramallah. Yaqubi é também um dos fundadores do coletivo de investigação e curadoria Subversive Films, que se centra nas práticas cinematográficas militantes, e é recentemente investigador residente na KASK, School of the Arts – Gent, Bélgica. A filmografia de Yaqubi como produtor inclui a longa-metragem documental Infiltrators (dir. Khaled Jarrar, 2013), Suspended Time (vários realizadores, 2013) a curta-metragem narrativa Pink Bullet (dir. Ramzi Hazboun, 2014), co-produziu vários filmes, incluindo a longa-metragem ficcional Habibi (dir. Susan Youssef, 2010), a curta ficcional Though I Know the River is Dry (dir. Omar R. Hamilton, 2012), e as longas-metragens documentais Ambulance (dir. Mohammed Jabaly, 2016) e Ouroboros (dir. Basma Sharif, 2017), Ibrahim: A Fate to Define (direção: Lina Alabed, 2019) e As I Want (direção: Samaher Al Qadi, 2021). A primeira longa-metragem de Yaqubi, Off Frame AKA Revolution Until Victory, de 2016, estreou no TIFF, Berlinale, Cinéma du Réel, Dubai IFF e Yamagata, entre outras 50 exibições em todo o mundo. A sua segunda longa-metragem R21 AKA Restoring Solidarity, 2022, estreou na documenta15, IDFA, Marraquexe, True/False e Cinéma du Réel, e continua em digressão pelo mundo.
Susana de Sousa Dias é uma cineasta e artista portuguesa. Os seus filmes e instalações exploram a dialética da história e da memória, questionando regimes estabelecidos de visibilidade com foco no arquivo. Utilizando fotografias fixas e imagens de arquivo, os seus primeiros trabalhos (2000-2017) abordam a memória da ditadura em Portugal. Através de testemunhos de presos políticos, e resultando de uma extensa pesquisa nos arquivos nacionais, o seu trabalho desempenhou um papel importante na denúncia pública da repressão violenta e da tortura praticada pelo regime. Mais recentemente, realizou Fordlandia Malaise, em 2019, e co-realizou Viagem ao Sol, com Ansgar Schaefer, em 2021. Colabora frequentemente com o seu irmão António de Sousa Dias, compositor e artista plástico, na criação da banda sonora dos seus filmes. O seu trabalho tem recebido inúmeros prémios e tem sido apresentado em todo o mundo. Em 2012, criou um coletivo feminino que dirigiu o Doclisboa durante duas edições, estabelecendo novas secções como Cinema de Urgência e Passagens (Documentário & Arte Contemporânea). É co-fundadora da produtora Kintop. É doutorada em Artes Plásticas-Vídeo e professora na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.